EFEITOS DA NÃO CORREÇÃO MONETÁRIA NAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS NO PÓS CONVERGÊNCIA AO PADRÃO IFRS
DOI:
https://doi.org/10.53826/2763-7069.v2n1.2021.id28Resumo
Este estudo teve como objetivo verificar se existem diferenças significativas entre os indicadores de endividamento, rentabilidade e o valor do imobilizado de empresas, calculados com valores nominais e corrigidos, de diferentes setores econômicos no cenário pós convergência às normas internacionais de contabilidade. Para tanto, foram analisadas 229 empresas de capital aberto listadas na B3, no período de 2007 a 2018, incluídas na base de dados mantida pela Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI). Foram analisados os efeitos da correção monetária em relação ao setor econômico de atuação das empresas e a evolução anual das diferenças entre os indicadores por meio dos testes de médias. Os resultados evidenciaram a existência de diferenças significativas para todas as variáveis de estudo, com exceção do indicador de rentabilidade para o setor de Transportes, que não apresentou diferença significativa, e para o setor de Infraestrutura que teve resultado inconclusivo. Os resultados obtidos indicam que ocorreram prejuízos informacionais significativos nos 12 anos analisados para os usuários destas informações e também o quão complexo são os efeitos da inflação sobre as demonstrações financeiras das empresas, visto que quando essas diferenças são acompanhadas ano a ano, é possível observar que cada setor responde de maneira diferente aos seus efeitos, de modo que quanto maior o corte temporal analisado, maior é a tendência de discrepância entre dados nominais e corrigidos. Os resultados também evidenciam que itens não monetários são fortemente prejudicados pela não correção e que a adoção das normas internacionais de contabilidade não foi capaz de eliminar os efeitos da inflação.
PALAVRAS-CHAVE: Correção Monetária, Informações Contábeis, Inflação, Rentabilidade, Imobilizado.