MULHERES NA ADMINISTRAÇÃO DAS EMPRESAS LISTADAS NA B3 SOB A ÓTICA DAS TEORIAS CULTURAL E DOS ESCALÕES SUPERIORES
Resumo
O objetivo desse artigo foi analisar, sob a ótica das teorias cultural e dos escalões superiores, a evolução da quantidade de mulheres em cargos de diretoria, conselhos de administração e em conselhos fiscais e a relação entre a presença feminina nesses órgãos com o desempenho operacional das empresas de capital aberto listadas na B3. Para tanto, adotou-se uma abordagem empírico-analítica, analisando-se os dados de 245 empresas listadas na B3 nos anos de 2017 a 2019, a partir das informações disponíveis nos formulários de referência disponibilizados pela CVM – Comissão de Valores Mobiliários, com relação à evolução da participação feminina no alto escalão. Foi utilizada regressão múltipla com dados em painel de 204 empresas da amostra. Os resultados sugerem que a proporção de mulheres ocupando esses cargos tem apresentado um acréscimo lento no decorrer do tempo, alcançando apenas aproximadamente 12% em 2019. O presente estudo não corroborou a Teoria Cultural, pois a variável proporção de mulheres na alta administração não foi estatisticamente significativa para explicar o comportamento do desempenho, mensurado pelo ROA. Também foi possível notar que a baixa diversidade do alto escalão ainda não é suficiente para a melhoria do desempenho das empresas, conforme a Teoria do Escalão Superior. Este artigo contribui com a prática das empresas, apresentando informações relevantes sobre o desempenho das entidades em relação à diversidade do alto escalão como subsídio para o processo de escolha das empresas em relação às suas diretorias e conselhos.